A segunda rodada de ensaios para o Eurovision Song Contest de 2022, agora liberada para os jornalistas credenciados, provaram algo que há tempos está aqui engasgado: a Ucrânia seria uma das favoritas na edição deste ano mesmo em um cenário sócio-político diferente.

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O país foi invadido em 24 de fevereiro pela Rússia, gerando comoção mundo afora. Muita gente relacionou a disparada nas casas de apostas a uma espécie de solidariedade, de voto por empatia, de apoio aos ucranianos além da música.

Kalush Orchestra foi escolhido para substituir Alina Pash poucos dias antes da invasão. Ganhadora da seletiva interna, ela teve problemas com a documentação e declinou do convite para representar o azul e amarelo no Eurovision. A vaga caiu no colo do grupo cheio de personalidade e originalidade.

Alina levava uma canção nacionalista. Fosse ela a representante, nem precisaria de festival. E aí sim a questão da guerra seria um fator fundamental para a vitória.

Vamos conversar diretamente com o eurofâ: quantas são as canções deste ano que representam tão bem o Eurovision como Stefania, a homenagem à mãe de um dos integrantes da banda?

Com elementos folclóricos, a música estaria no TOP 5 de favoritas em qualquer ano. Os 42% de preferência entre os apostadores são mérito, não pena.

A solidariedade é um fator, não o todo. Se a vitória se concretizar, será injusto colocá-la na conta dos acontecimentos trágicos desencadeados pela ganância de Vladimir Putin. Um possível – talvez provável – triunfo ucraniano deve ser ir para a página da autenticidade, da novidade e do talento.

Difícil esquecer que um dos vocalistas deixou a banda para lutar pelo seu país. Difícil esquecer que, agora, os integrantes não podem retornar às suas casas por questões políticas. Difícil esquecer os mortos e a destruição. Kiev 2023, se acontecer, deve ser um ponto de partida para a reconstrução do país. Sendo bem realista, é muito difícil imaginar que sejam capazes de organizar o festival qualquer que seja a situação até lá.

É difícil, também, separar o joio do trigo. Mas a vitória de Kalush Orchestra seria merecida e, sobretudo, histórica, muito além do contexto sombrio. São as cores de Stefania que devem ficar como legado eurovisivo.

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